Passada a Copa do Mundo, o momento é de retomada de vendas de pacotes de viagens pelas agências de turismo de Caxias do Sul. Pelo menos é o que elas esperam para o segundo semestre, já que junho e a metade de julho não foram animadores para a maioria das empresas. Somado ao torneio mundial - que freou viagens de lazer e de negócios - o período de incertezas econômicas e de demissões na indústria reduziram a venda de pacotes de viagem.
- A Copa atrapalhou, tivemos uma baixíssima temporada porque as empresas pararam, e a própria crise nas empresas tem refletido também no turismo normal. Junho e julho foram afetados numa baixa de no mínimo 30% em relação ao ano anterior, principalmente no turismo de negócio. Julho não tem mais como recuperar. Mas em agosto sim, esperamos movimento bom. Porque não tem como o pessoal não viajar, não fazer negócios - comenta o gerente da Milletour, Maguil Marsilio.
O cenário não é o mesmo em todas as agências. Na Sorella, em julho, principalmente a partir da segunda quinzena, já houve uma reação. A recuada do dólar também tem ajudado. Inclusive o movimento do mês está melhor do que o mesmo período ano passado, cerca de 30% maior.
- Como o pessoal não conseguiu viajar em junho e começo de julho porque os valores ficaram muito mais caros em função da Copa, então estão saindo agora. A Copa do Mundo não foi produtiva - conta a agente de viagens Sorella, Sabrina Antunes.
Quem viajou para o exterior durante o mundial economizou. Enquanto muitos brasileiros se dirigiam para as sedes dos jogos da Copa do Mundo ou evitavam passeios dentro do país por causa do temor dos preços altos durante o torneio, o representante comercial Pedro Possamai, 56 anos, e a esposa, Regina Possamai, 56, viajavam pela Europa. Eles driblaram a dor no coração de ficar longe do país do futebol durante parte do torneio. O casal aproveitou para fazer turismo de 19 a 30 de junho já que, em razão dos jogos, o trabalho diminuiu na empresa de representações. E, além disso, os pacotes para o exterior durante o mundial ficaram mais baratos.
- O trabalho se retraiu e a gente decidiu fazer a viagem. A aproveitamos para ir em junho também porque na Europa não é alta temporada ainda, é início de verão. Depois, fica mais caro por causa das férias. Assisti aos jogos de lá, não atrapalhavam os passeios porque era à noitinha. Como eu não tinha conseguido ingresso para a Copa, eu ia assistir aos jogos pela TV mesmo _ conta Possamai, que esteve na Inglaterra, Bélgica, Holanda e Alemanha.
O casal marcou a viagem com 60 dias de antecedência. Possamai acredita que, ao escolher o período, teve uma economia de 30%.
- Quando fui fazer o orçamento, não tinha planos de fechar logo a negociação. Mas me mostraram as vantagens, então decidi aproveitar porque o pouco que se economiza já ajuda.