Nivaldo Pereira
Sol brilhante em Escorpião, dediquei a manhã a um adiado trabalho: a limpeza e a poda das muitas plantas que ocupam a sacada do apartamento. Corta daqui, desbasta dali, revolve vasos acolá, juntei pilhas de folhas, galhos e raízes. Tão vistosa a lavanda florida, tão exuberante o gerânio, todo exibido o hortelã, mas tentei não ter pena de decepar de tudo um tanto, em prol da renovação e fortalecimento das plantas. Escorpião é isso: a poda a serviço do crescimento, a morte a serviço da vida. Sem que eu desse por conta na hora, tinha posto a rodar a Missa dos Quilombos, disco de Milton Nascimento de 1982, que eu não escutava havia muitos anos. Tocado pelas canções, com as unhas pretas de terra, de repente atinei: era o disco de um escorpiano, produzido quando Plutão, regente do signo, esteve conjunto a Saturno – como outra vez agora, em 2020! Hum, ali havia conexões a explorar...