Nivaldo Pereira
O Sol ainda brilha em Leão, mas nem o notamos, com esse escuro dentro da gente. Como não andar anoitecidos, se uma espessa sombra nos envolve e invade? Como vibrar na luz do otimismo, se o chumbo do real nos pesa e aniquila? Há mil motivos para lastimar, há a urgência do grito contra a marcha voraz de uma mortal insensatez. Como calar diante da banalização do mal? Sim, fomos feitos para esse tempo, companheiros: estamos vivos aqui e agora para enfrentar a fatal treva. Mas agora é quando mais precisamos buscar o Sol, como impulso pela vida, como fogo curador, como força de esperança. Sem o diferencial luminoso do Sol, corremos o risco de apenas rivalizar com a sombra, falando a mesma língua dela, até perigosamente parecermos com ela.