Nivaldo Pereira
Meu querido Gilberto Gil, o que foi aquele show no dia de seu aniversário, 26 de junho, direto do pátio de sua casa? Vendo pela internet, logo identifiquei os sinais de sua calorosa verve canceriana: a feliz reunião com os filhos, o ambiente doméstico, a fogueira acesa e aquele repertório do ancestral cancioneiro festivo nordestino. Só não esperava que eu fosse chorar em tantas passagens do show – lágrimas boas, de intensa alegria, de quando a gente se percebe elo de uma corrente antiga e poderosa de bondade e afeto. Pensei que essa reação tão emotiva se devesse a nossa origem comum, baiana, nordestina. Mas logo notei que o Brasil inteiro, e partes do mundo também, estavam sentindo o mesmo que eu. Agora eu me comovo só de rememorar esse presente que sua alma generosa nos deu: a chave para acessar o melhor de nós, como humanos, como país.