Ciro Fabres
Eram os nossos telefones celulares, os orelhões. Não, não é o que você está pensando. Não os levávamos de um lado para outro, nem eram pequenos. Pelo contrário, eram fixos e grandões. Não havia acesso à internet. Aliás, não havia internet. Nem eles permitiam fazer pedidos ou realizar operações por algum aplicativo. Mas os orelhões poderiam estar por perto, ou não – não raro, só eram encontrados a algumas quadras de distância. Era preciso, portanto, sair às ruas. Na ausência de um telefone fixo, caso fosse preciso fazer uma ligação de emergência em uma noite de inverno, não tinha outro jeito: era preciso enfrentar a intempérie, o vento gélido, o frio. Mas eles cumpriam uma missão. E cumpriram bem.
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