Marcos Kirst
O velho e bom Timóteo era um poeta em sua essência. Mas a poesia que perpetrava era diferente da dos tradicionais poetas de papel e tinta de seu tempo (hoje, de teclado e visor, porque o poetar também busca rimar com o avanço das tecnologias). Ninguém se lhe igualava na maneira de expressá-la, tampouco alguém lhe detectava a poesia ou a compreendia. Era, portanto, um poeta d´alma anônimo e incompreendido, como tantos que a História do mundo já forjou, e nisso (talvez só nisso) se igualava a esses incontáveis tantos. Timóteo era jardineiro, cuidava com esmero do imenso jardim pertencente à Sinhazinha na fazenda, e esse jardim era a folha em branco na qual tecia sua obra poética, composta por estrofes de flores, versos de arbustos, rimas de cores, decassílabos de pétalas, sonetos de perfumes. Não havia igual.
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