Marcos Kirst
Nesses tempos pontuados por redes sociais, câmeras de vigilância espalhadas pelas esquinas, aparelhos digitais filmando tudo em todos os lugares a todo o instante, somos obrigados a rever nossos antigos conceitos de privacidade. Estar só, consigo mesmo, em silêncio, tornou-se uma aspiração desafinada com o espírito da época. A maioria parece não se importar com isso, uma vez que, a julgar pelo teor das postagens nas redes sociais, o que a galera quer mesmo é ser vista, notada, curtida. Vivemos um engarrafamento de egos de dimensões planetárias, nunca antes visto ou imaginado na história da humanidade. Somos sete bilhões de super-astros vivendo nossas vidas triviais, sonhando sermos o último biscoito do pacote. Sete bilhões de derradeiros biscoitos acotovelando-se no fundo do pacote da egolatria narcísica, um dos atributos desse 21º século.
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