Siliane Vieira
Há uma bonita cena do filme Benzinho na qual Irene, uma mãe que está prestes a ver seu filho mais velho partir para Alemanha, flutua numa boia segurando nos braços esse mesmo filho, paralisado em seu colo em posição fetal. A imagem sugere um momento de calmaria em meio ao turbilhão de sentimentos que toma conta da protagonista (vivida de forma visceral pela atriz Karine Teles). Mas também poderia ser uma metáfora visual sobre o ventre materno. Aliás, todo o longa de Gustavo Pizzi - estreia desta quinta (11) na Sala de Cinema Ulysses Geremia, em Caxias - é povoado por espaços que parecem pedaços da protagonista, como fragmentos de um ventre onde habitam fragilidades, afeto e calor.
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