Ciro Fabres
Ainda peguei aquele tempo em que as famílias levavam as cadeiras para a calçada, na frente de casa, ou nos pátios aos finais de tarde, para olhar o movimento e conversar. A boa conversa é mercadoria que escasseia, assim como o tempo para ela, o ambiente para ela. Não é difícil. Mas requer tempo, hábito e desarme de espírito. Com frequência, a conversa precisa ser apressada, sujeita a mal-entendidos de toda ordem. É uma das consequências de nosso estilo, de nossa organização de vida. Hoje, não temos tempo, vamos perdendo o hábito e, também, vamos perdendo a prática, o que é terrível. Tropeçamos nas conversas. Tropeço fatal.
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