Pedro Guerra
Era só mais um daqueles dias em que estamos em completa turbulência e não vemos a hora de aterrissar. Por mais que eu tentasse as saídas de emergência ou me beliscasse na tentativa de acreditar que tudo não passava de um sonho, eu estava em voo livre. Procurei pelas máscaras de oxigênio que não caíram, pelo bote salva-vidas que não estava no lugar que disseram que estaria, e o jeito foi me agarrar ao banco e torcer pela minha sobrevivência. Em meio ao caos, a mulher ao meu lado sorriu para mim e, sem alterar o tom de voz, pediu gentilmente: respira.Funcionou. Pouco tempo depois eu já estava em solo e o cenário era outro. Agora, em meio a calmaria, eu conseguia entender que quando tudo acontece de uma hora para outra, a gente se esquece de fazer o básico. Até porque, se a gente não respira nada acontece.
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