Nivaldo Pereira
Como o herói típico dos contos populares, no começo ele não se percebia especial e muito menos desconfiava que um dia seria rei. No cabo da enxada, era somente um mestiço pobre, de couro curtido sob o sol inclemente da caatinga, na divisa pedregosa entre Pernambuco e Ceará. No entanto, seu destino fora traçado em luz logo ao nascer, a 13 de dezembro de 1912, dia de Santa Luzia, em que o pai viu na madrugada uma estrela cadente, flecha de fogo a riscar o céu. Por esses sinais, o menino ganhou o nome de Luiz, sagitariano cujo propósito seria encher o Brasil de alegria e revelar ao mundo sua gente e sua terra. Na magia dos sertões, uma cigana de passagem também teria vaticinado: esse aí será do mundo, vai andar muito, para cima e para baixo. Mal ficou adulto, Luiz deixou seu pé de serra e foi brilhar em outros rincões. Foi ser Luiz Gonzaga, Rei do Baião.
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