Certamente não haverá queima de fogos nem estouro de espumantes na segunda-feira, 20, quando o relógio marcar 7h28min. Não haverá beijos nem abraços de felicitações. Mas bem que poderia haver. Pois é o exato começo de um ano novo astrológico, instante em que a Terra, no contínuo deslocamento no espaço, alinha seu equador com o caminho do Sol. A luz solar, assim, se reflete em igual intensidade tanto para o norte quanto para o sul de nosso planeta. Esse equilíbrio de luz faz os dias e as noites terem a mesma duração em horas, por isso, tal fenômeno é chamado de equinócio. Para os viventes da banda sul da Terra, começa oficialmente o outono; para os nortistas, a primavera. Para ambos, é a entrada solar na faixa zodiacal de Áries. É arranque, pontapé inicial para um novo ciclo. É ano novo!

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Para entender a energia ariana, convém lembrar que estamos há um mês sob a vibração de Peixes, com suas águas de dissolução e conexão com a totalidade. Peixes é a negação do eu individual, porque se sintoniza com o coletivo. É natural que a sequência desse processo – e a vida não para – vá enfocar a força do eu, feito uma gota d'água que precisasse pular para fora do oceano, no afã de se separar e ser diferente do todo. Essa gota precisa vir carregada de atrevimento, coragem e vontade, já que é intensa a onda contrária à individualidade. Impulso é marca dessa gota: se pensar, vacila. A impulsividade ariana é como um bebê que, ao romper da aquosa bolsa uterina (fase Peixes), sente o imperativo de atirar-se de cabeça para um mundo desconhecido. Não tem volta! Vai, que dá!

Áries é fagulha do fogo criador. É a chave na ignição, liberando a força propulsora do movimento para adiante, para além. Os antigos simbolizaram essa fase da vida na figura da cabeça de um carneiro. Áries é o masculino aríete – intenção concentrada contra os obstáculos, é ir de cabeça, é tentar com a cara e a coragem. Garantias? Bem, que a etapa seguinte, Touro, cuide disso. Por ora, tudo é risco. O lance é começar. Acelera, Ayrton!