Tríssia Ordovás Sartori
Penso, logo escrevo.
Gostava de recortar figurinhas, guardar flores secas e guardanapos escritos com canetas coloridas,papéis de bala presos por clipes fosforescentes,gordinhos ou em tamanho mini. As páginas imprimiam esboços de uma menina que começava a se descobrir, com pequenas reflexões sobre as dores e delícias adolescentes. Ano após ano, as agendas ficavam maiores, com recortes do que fui um dia.Confidências, só para os muito íntimos. O grande barato do processo era poder escrever para si, uma espécie de relicário do que havia sido. Era secreta– algumas tinham chaves, repousavam em gavetas escuras e nunca podiam chegar às mãos de desconhecidos –nem dos muito conhecidos.
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