Nivaldo Pereira
Neste sábado, às 21h47min, o Sol ingressa na faixa de energia de Escorpião. Bem vindos ao signo zodiacal menos compreendido e mais crivado de preconceitos. Por que isso? Ora, os temas universais associados a Escorpião, por razões culturais, são quase tabus sociais. Morte: isola! Sexo: melhor mudar de assunto. Intensidade emocional: coisa de gente pouco civilizada. Força psíquica: ai, que medo! Desapegos: não se cogita isso no acumulativo mundo ocidental. Agora some a isso a representação simbólica do signo, que alguns escorpianos têm certo prazer de tatuar na pele. Nada de leões, touros, carneiros ou aguadeiros celestes, mas um pequeno e peçonhento animalzinho que habita as sombras. Outro símbolo antigo para o signo não ajuda muito: a serpente. Melhor evitar ou tomar cuidado, certo? Pois aja assim e estará deixando de conhecer algumas das pessoas mais fascinantes de sua vida.
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Vi isso num documentário: o animalzinho que simboliza o signo existe desde que o mundo é mundo, adaptando-se a todos os ambientes e climas do planeta. Pequeno, mas duro na queda, resistente a tudo. Um sobrevivente. Por analogia, sem a instintiva força escorpiônica em nós, sem nossas garras ocultas, já teríamos desaparecido da Terra. Sim, às vezes a vida pode vir crua e sombria, é bom estarmos atentos e fortes, mas sabendo que é na crise que emerge um surpreendente poder guardado. O poder da cura. Feito uma serpente, precisamos ciclicamente trocar de pele para evoluir. Negar essa realidade é negar o denso mistério da alma humana, em cujas águas profundas os escorpianos adoram mergulhar.
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