
Os agricultores da Serra gaúcha sabem: é tempo de podar as parreiras. É um tempo natural, regido pelo cosmos. E cosmos é ordem, é o universo manifestado em leis e movimentos cíclicos, assim na terra como no céu.
A astrologia não é nada mais que a observação das leis do cosmos, tomando a Terra, onde vivemos, como parte do sistema solar, que é o todo maior. É uma lógica tanto física quanto simbólica, e a astrologia se dedica a desvendar a dimensão poética do cosmos. Imagens e mitos vão compor a linguagem dessa arte tão antiga quanto a consciência humana – pois não há cultura no mundo sem algum tipo de observação do céu e de obediência aos ciclos deste.
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Os signos astrológicos são imagens dos padrões de ordem do cosmos refletidos na Terra. Surgem da interação entre nosso planeta e o Sol, no ciclo de um ano da translação terrestre. Cada uma das quatro estações tem uma etapa em que começa, outra em que se firma e uma terceira em que muda para a estação seguinte, o que resulta em 12 fases sucessivas. Cada etapa dessas é um signo. São padrões cósmicos, que se manifestam simbolicamente e em níveis diversos. A propósito, a revista Almanaque nasceu sob o signo de Escorpião, em 04/11/2000. Como escorpiana, "morreu" para agora renascer, renovada, em sintonia com o signo de Virgem, etapa que começou dia 22 de agosto.
Virgem tem tudo a ver com o conceito de cosmos citado. É um ciclo universal relacionado à ordem das coisas, em que o todo se desdobra e se espelha em cada fragmento. O corpo humano, por exemplo, é um cosmos manifestado. O sistema inteiro padece se não houver o funcionamento perfeito de seus órgãos. Portanto, ter uma noção da estrutura funcional das coisas, observar regras e detalhes, discriminar, evitar o caos e buscar a ordem serão potenciais inerentes ao signo de Virgem. Tais motivações virginianas se manifestam no cotidiano em rituais como tomar banho, escovar os dentes, catar o feijão, organizar a agenda... E livrar o parreiral dos galhos secos.
