Maior fonte de nutrientes nos primeiros meses de vida, símbolo de uma infância saudável e de uma velhice sadia, o leite durante muito tempo foi considerado parceiro fundamental de uma dieta balanceada.
Nos últimos anos, entretanto, o homem parece não estar muito certo do papel que este
alimento tem em sua vida. Cercado de mitos, acusado de ser desnecessário e prejudicial em algumas situações, com denúncias de fraude envolvendo sua qualidade, o leite parece estar sub judice de um verdadeiro "tribunal científico".
Enquanto as pesquisas apontam para todos os lados, o consumidor se sente
perdido na hora de optar por incluir ou não o alimento na dieta.
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Veja os principais argumentos de cada lado:
Contra:
Estudos recentes que relacionam o consumo de leite com diversas doenças - que vão desde alergias ao desenvolvimento do câncer de mama e de próstata - são os principais argumentos de especialistas e consumidores que defendem a restrição ou até a eliminação da bebida do cardápio.
Conforme o nutricionista e farmacêutico Gabriel de Carvalho, introdutor da nutrição funcional no Brasil, enquanto o leite materno é um alimento completo e importante na
formação da massa óssea de crianças, o leite de vaca não apresenta os mesmos
benefícios, e, segundo sua experiência clínica, está associado a distúrbios em diversas partes do corpo.
- Faço testes com todos os meus pacientes e, para a maioria, recomendo eliminar o leite do cardápio. Isso não é um modismo, é o resultado de novas descobertas científicas que promovem mudanças no comportamento alimentar. Infelizmente, o leite faz mal para muitas pessoas - relata.
Estudos indicam que cerca de 70% da população brasileira apresenta algum tipo de intolerância ao açúcar do leite. Isso ocorre pela redução na atividade da lactase, a enzima que digere esse açúcar e que se dá, na maioria das vezes, com o avanço da idade.
Como consequência, as pessoas que consomem leite e seus derivados apresentam
sintomas como enjoo, inchaço abdominal e problemas digestivos.
Não tão debatida mas até mais comum que a intolerância à lactose, está a hipersensibilidade, ou alergia tardia às proteínas do leite. Para a nutricionista Denise Carreiro, autora de livros sobre o tema, o organismo humano tem dificuldade de digerir algumas proteínas da bebida, em especial a betalactoglobulina e a caseína, o que
pode gerar, com o consumo constante do alimento, processos inflamatórios
e doenças que, logo de cara, nem pensamos em relacionar com o leite.
- As proteínas do leite de vaca podem causar rinite, bronquite, alergias de pele e ainda outros distúrbios como agitação, ansiedade e depressão. Não existem exames bioquímicos no Brasil que avaliem esse tipo de alergia tardia aos alimentos - comenta
a especialista.
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