Maristela Scheuer Deves
Os fãs do mestre do suspense Stephen King sabem: não há ninguém como ele quando o assunto é criar personagens complexos, envolventes, e tramas que prendem até a última página - mesmo que essas páginas se contem às centenas, chegando por vezes a mais de mil. Outra característica de suas obras é que elas costumam render excelentes adaptações, seja para o cinema, seja para a TV. É o caso de Under the Dome, cuja segunda temporada da versão televisiva estreia nesta segunda-feira no Brasil, às 22h30min, no canal pago TNT.
Com dezenas de personagens (na verdade, uma cidade inteira deles), mas cada um com sua função, Under the Dome conta a história da cidadezinha de Chesters Mill, no Maine, que num belo e ensolarado dia se vê repentinamente isolada do mundo por uma redoma invisível. Quem estava fora, não entra; quem estava dentro, não sai. E quem estava exatamente no local em que surge a redoma é partido ao meio, sejam pessoas, casas ou animais - uma das cenas mais marcantes da primeira temporadas foram as metades de vacas caindo cada qual para seu lado, sem falar em avião explodindo e pássaros caindo ao bater no campo de força.
Aos poucos, o leitor ou telespectador vai sendo apresentado aos personagens principais, que, na série, sofreram algumas alterações, mas sem perder a essência. O protagonista Dale "Barbie" Barbara (Mike Vogel, de Bates Motel) , por exemplo, começa o livro como um ex-fuzileiro que ganha a vida como cozinheiro em Chesters Mill, e, no momento do surgimento do domo, está tentando sair da cidade porque se meteu numa briga. Na TV, a parte de trabalhar na cozinha de uma lanchonete é eliminada, mas ele segue sendo um veterano do Exército que guarda um segredo. Par romântico de Barbie e coprotagonista, a jornalista Julia Shumway (Rachelle Lefevre, deBoston Legal) também sofreu algumas modificações, mas segue sendo uma das peças-chaves da trama.
E se Barbie e Julia podem ser considerados os mocinhos da história, o papel de vilão-mor é sem dúvida de Big Jim Rennie (Dean Norris, de Breaking Bad), um político local que, aos poucos, vai mostrando que não é somente no bem-estar da população que ele pensa: enquanto a maioria se preocupa pelo fato de não poder sair da cidade, ele vê isso como uma oportunidade de ampliar o seu poder. Seu atormentado filho, Junior Rennie (Alexander Koch), também não é exatamente um mocinho, o que fica claro já no início da trama, quando ele prende a namorada em uma espécie de porão, e também nos momentos de descontrole após ganhar o cargo de policial temporário.
Mas e o que esperar desta segunda temporada? Além da certeza de que o domo não vai sumir tão cedo (afinal, nem mesmo um míssel do Exército foi capaz de despedaça-lo), devem vir novas armações de Big Jim contra Dale Barbara - um vídeo divulgado em março como preview dos novos episódios mostrava o mocinho e galã de Under the Dome prestes a ser executado. Também devem ocorrer novas mortes, e uma imagem também já divulgada pela produção mostra Big Jim ajoelhado ao lado do que parece ser o corpo de Junior, em meio a dezenas de pessoas caídas. Haverá ainda, provavelmente nos primeiros episódios, um novo fenômeno associado com o domo, que atrairá objetos e até carros.
E será que os adolescentes Norrie (Mackenzie Lintz) e Joe (Colin Ford) ficarão mais perto de descobrir a origem do domo? Ou o que significa a misteriosa frase "estrelas rosadas estão caindo", que ambos falam quando entram em transe? Bem, eles devem avançar em suas descobertas, que provavelmente estarão ligadas à mãe de Junior, uma das novas personagens a serem introduzidas nesta temporada - só não me perguntem como essas personagens vão entrar na cidade, se ela está isolada do mundo: certamente King e os produtores terão uma boa explicação.
Por fim, uma outra coisa que pode ser dada como certa: embora ainda não tenham sido anunciadas, novas temporadas virão. Afinal, Under the Dome é um dos tais livros de mais de mil páginas de Stephen King, e certamente tem potencial para render ainda muitas dezenas de episódios recheados de surpresas e reviravoltas.
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