Lucas Demeda
Quando perguntada se quer ir até a janela, Yasmin Ferreira Vieira, dois anos e sete meses, imediatamente arregala os olhos e se vira em direção à abertura. A vista da rua nos fundos do Hospital Geral (HG), em Caxias, é o único contato que ela tem com o mundo exterior. A cerca de 10 minutos de caminhada dali, em uma casa no bairro Presidente Vargas, Adriana Ribeiro Ferreira, 33, e Pedro Eloir Borges Vieira, 36, suspiram em frente a um berço vazio, imaginando quando poderão ter a filha em casa. Yasmin nasceu sem parte do cérebro. Por conta da malformação, tem dificuldade para respirar sozinha, se alimentar e pouco se movimenta, limitações devido às quais passou praticamente toda a vida hospitalizada — desde que tinha um mês de idade, ocupa um dos leitos da UTI pediátrica do HG.