Marcelo Sidnei Pires está depondo no tribunal do júri. Surpreendentemente, ele nega que conhecia, que matou Daisy Cruz e que trabalhava como motorista de ônibus da Visate. Afirma que no dia 20 de agosto deste ano, quando a frentista foi morta, trabalhava como jardineiro no Hospital Pompéia. Chegou a dizer que não lembra se tem um filho.
No início da sessão, o advogado Luís Fernando Possamai tentou evitar o júri, solicitando exame de sanidade mental de Pires. Um oficial de justiça foi à Visate buscar a ficha médica do motorista, para mostrar que não tem problemas psicológicos. Diante dos documentos, a juíza Milene Fróes Rodrigues Dal Bó indeferiu o pedido da defesa, e o julgamento prossegue.
A promotora Sônia Eleni Correa Mensch mostrou a Pires reportagens do Pioneiro sobre o crime, inclusive, uma entrevista concedida por ele ao jornal, além de objetos pessoais, para ver se ele recorda dos fatos. O motorista segue dizendo que não recorda de nada, até mesmo de colegas de serviço e amigos citados pela promotora.
O réu também nega o crime ao ser interrogado pelo advogado. Pires alega que usa cocaína desde a infância e que nunca foi motorista, mas sempre jardineiro.