Gilmar Marcílio
Alguém recorda de queixa tão repetida como esta? Mal iniciamos uma conversa e lá vem ela, soberana, indicando uma condição que a todos incomoda. Detalhe: dizemos isso com certo orgulho disfarçado, sugerindo um sinal de distinção, merecedor de elogios. Leia-se: acontece por sermos comprometidos, trabalharmos em excesso, etc. Há na voz um tom de lamento. Entretanto, se atentarmos às sutilezas, vamos encontrar algo reforçando a ideia de que nos cremos indispensáveis. Sobram poucas horas, pois sou primordial. Até onde eu saiba, temos à disposição, indiscriminadamente, vinte e quatro horas por dia. Se as estamos gastando bem, é coisa diversa. Na maioria dos casos, é simples questão de escolha.
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