Eduardo Matos / direto da Alemanha
A Polícia Federal desarticulou um esquema de abrigo para estrangeiros ilegais em Uruguaiana, na Fronteira Oeste do Rio Grande do Sul. O proprietário de uma residência próxima à rodovia Uruguaiana-São Borja (BR-472) foi preso em flagrante. No local estavam quatro senegaleses em situação ilegal no país.
Outros dez imigrantes do Senegal também estavam na casa, mas regulares. O homem, que não teve a identidade divulgada pela PF, é suspeito de promover receptação, ocultação e transporte de estrangeiros clandestinos.
De acordo com agente que investigou o caso, que pediu para não ser identificado, o suspeito atuava como coiote - apelido das pessoas que atravessam imigrantes ilegais de um país para outro em troca de dinheiro. Alem disso, ele recebia pela hospedagem e alimentação desses estrangeiros.
Conforme a investigação, o homem cobrava 60 pesos para atravessar a fronteira para o lado argentino com os clandestinos, o equivalente a 24 reais. Há provas de que na mesma residência já passaram imigrantes ilegais da China, República Dominicana, Haiti, África do Sul e Coréia do Sul, conforme a PF.
Ainda segundo o agente, os imigrantes regulares, que podem ficar até 90 dias no Brasil, esperam chegar o fim deste período para atravessar a fronteira com algum país vizinho. Fazendo isso, zeram este prazo máximo de permanência e retornam para o lado brasileiro.
Geralmente, são estrangeiros que vem para o Brasil em busca de trabalho. Os ilegais chegam no país em porões de navios ou em contêineres carregados de mercadorias.
O suspeito pagou fiança de cinco salários mínimos e foi liberado. Ele responderá inicialmente pelo crime de ocultação de estrangeiro em situação irregular, em que a pena vai de um a três anos de prisão. A ação faz parte da chamada Operação Sentinela da Polícia Federal, que investiga crimes praticados nas fronteiras.
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