Pedro Gonzaga
Se eu pudesse escolher mais uma atividade inviável (além do latim, da poesia, do saxofone), gostaria de ter um programa de televisão que percorresse as livrarias do Brasil para apresentá-las, mas somente as de rua, aquelas que, como os antigos cinemas desaparecidos, guardam o charme de estarem em contato com as calçadas, de terem o próprio café, habitadas por livreiros dedicados, entregues a um metiê obsoleto: saber o livro que ainda não sabemos querer, cuidar dos volumes como se não fossem meras caixas de sapato.
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