Rodrigo Lopes
Não é de hoje que se discute, com certo constrangimento, na Ciência da Comunicação ou nas Relações Internacionais, por que um atentado terrorista em Paris é mais notícia do que uma bomba em Nairóbi ou por que um homem que sai atropelando pedestres em Londres ganha mais repercussão do que meninas sequestradas e convertidas em escravas sexuais pelos extremistas do Boko Haram na Nigéria. A recente passagem do ciclone Idai por Moçambique, Zimbábue e Malaui, em março, não passou de algumas notas de pé de página na maioria dos jornais brasileiros, mesmo tendo deixado rastro de mil mortos e 4 mil feridos. Trata-se de apenas mais um capítulo da história de invisibilidade do continente africano.
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