Roberta Schuler
Eva Tainara, cinco anos, sonha em ser Maria Júlia Coutinho. A irmã, Gabriele, nove anos, se inspira em Taís Araújo. Igor, oito anos, já quis ter o cabelo de Neymar, assim como Ana Luiza, nove anos, admira e se espelha no jogador. Já Sara Beatriz, sete anos, se divide entre o interesse em ser a mulata Globeleza, o encanto pela nova Miss Brasil e a vontade de ser como a cantora Ludmilla.
No Dia da Consciência Negra, o Diário Gaúcho ouviu crianças da Capital e de Viamão para saber quem são as suas referências, em quem elas se espelham.
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– É muito provável que as crianças em geral e não apenas as negras tenham como referência personagens valorizadas na mídia, associadas a ideia de sucesso, poder econômico e prestígio. Temos que ir além dos ícones da sociedade de consumo – observa o professor de História da África e coordenador do Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros, Indígenas e Africanos da Ufrgs, José Rivair Macedo.
A questão da exemplaridade social é extremamente importante na formação de uma identidade positiva de pessoas negras, segundo o professor. Exemplos positivos podem fortalecer a autoestima e estimular o surgimento de representações positivas, não apenas no meio artístico-cultural mas também no meio intelectual, na atividade pública, no meio empresarial.
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