Cláudia Laitano
É um relógio que já não marca as horas há pelo menos 20 anos. Algo no mecanismo que o fez funcionar durante boa parte do século passado precisaria de reparo. É provável que em algum lugar de Porto Alegre ainda se consertem relógios de parede vendidos pela Casa Masson nos anos 1920 (a data da compra, 1928, ano do nascimento do meu pai, está anotada, no fundo do relógio, com a caligrafia trêmula do meu avô), mas até hoje não me senti inclinada a tirá-lo de casa em nome de um retorno forçado – e desnecessário – ao mercado do trabalho mecânico.
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