Celso Loureiro Chaves
Há 80 anos, os nazistas definiram balbúrdia em música. Tudo o que não tivesse melodia que se pudesse assoviar, tudo o que não tinha a cadência 1-2-1-2 da regularidade rítmica. Principalmente, balbúrdia em música era coisa feita por negros (o jazz), por judeus (música sem tom definido) ou por quem se atrevesse a juntar uma coisa e outra, como Kurt Weill e suas óperas. Ou até por quem fizesse uma coisa, mas fosse outro. Mendelssohn, o da Marcha Nupcial, fez música bem cantável, mas era judeu. Balbúrdia era coisa de não ouvir. Mais: era coisa de proibir.
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