No colégio Anchieta, lá pelos idos de 1975, notei uma estranha reconfiguração no ato de beijar como saudação entre estudantes de sexos opostos. Não falo de beijos entre namorados, ou entre pessoas apaixonadas. Falo daqueles beijos enquanto as pessoas diziam "Oi", ou "Como vai?" para um(a) colega de classe com quem tinham alguma intimidade. Eram dois, um em cada bochecha. Certo dia, percebi que esse protocolo de dois beijos nas bochechas estava sendo substituído por um único beijo, mas nos lábios. O significado continuava o mesmo: uma saudação social. Não havia conotação erótica. Mas parecia um progresso.
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